“Bendita és tu entre as mulheres e bendito o fruto do teu ventre.” Lucas 1:42

A Imperatriz é a esposa do Imperador e a mãe dos filhos do Império. Como esposa e mãe, ela valoriza a família, o lar, o marido e os filhos.

Como mãe, a Imperatriz representa aquela pessoa que cria, protege, alimenta e luta por seus filhos. Como mãe do Império, ela estende esse cuidado para todos, independente de laços de sangue. A Imperatriz se coloca à disposição para cuidar do outro, ela é boa mãe, boa filha, boa amiga, boa esposa e boa soberana para o povo.

Algumas primeiras damas do passado assumiram as tarefas relativas ao arquétipo da Imperatriz e foram conhecidas como mães do povo. Um exemplo muito famoso é o de Eva Perón, primeira dama da Argentina no governo do presidente Juan Perón.

Evita, como era chamada carinhosamente pelo povo, criou o Partido Peronista Feminino, conquistou o direito de voto para as mulheres argentinas, trabalhou incansavelmente na Fundação Eva Perón que construía hospitais, asilos e lares para mães solteiras e distribuía alimentos e roupas para os necessitados.  Eva escreveu em seu livro intitulado A razão da minha vida: “…  gosto mais do meu nome de povo. Quando um garoto me chama de “Evita” me sinto mãe de todos os garotos e de todos os fracos e humildes da minha terra. Quando um operário me chama de “Evita” me sinto com orgulho “companheira” de todos os homens.”  Era chamada, pelo povo, de “mãe dos pobres”. Seu velório durou 14 dias e foi acompanhado por milhares de pessoas.

Outras mulheres famosas como a Imperatriz Leopoldina e Lady Diana Spencer também expressaram as qualidades arquetípicas da Imperatriz.

Tarot of the Divine

Lady Diana Spencer, “a princesa do povo”, como era chamada carinhosamente, casou-se com o Príncipe Charles e tornou-se mãe dos herdeiros do trono britânico.  Dedicada a causas sociais, lutou contra a AIDS e contra as minas terrestres numa campanha internacional. Amada pelo povo, seu funeral foi acompanhado pela TV por 2,5 bilhões de pessoas ao redor do mundo.

A Imperatriz é, ao mesmo tempo, esposa, companheira, parceira, amiga e amante do marido. Assim sendo, ela apoia e dá suporte ao Imperador. Muitas vezes, na ausência do Imperador, por motivo de viagem, morte ou doença, a Imperatriz pode assumir as funções dele ao assumir a chefia da família, dos negócios da família ou a direção do Império.

Nas relações diplomáticas, a esposa do embaixador é denominada embaixatriz enquanto a mulher que exerce a função diplomática é chamada de embaixadora. Da mesma forma, quando uma mulher desempenha a função de imperador ela passa a atuar como “imperadora”.  Os dicionários não são unânimes quanto ao termo, pois, no passado, algumas imperatrizes assumiram o governo na ausência ou morte do imperador e continuaram a ser chamadas de “imperatriz”.

Imperatriz Leopoldina

O Brasil já teve imperatrizes. A Imperatriz Leopoldina é uma das mais famosas. Foi ela quem assinou o decreto da independência do Brasil. Isso aconteceu quando seu marido, D. Pedro I, estava em viagem a São Paulo. Dona Maria Leopoldina estava gestante nesse período e ficou no Palácio como regente interina, cuidando do Brasil. Ao receber uma carta, na qual as Cortes Portuguesas exigiam o regresso imediato do príncipe regente a Portugal e acusavam José Bonifácio de traição, Dona Leopoldina, percebeu que se tratava de uma manobra portuguesa para que o Brasil deixasse de ser um Reino Unido e voltasse à condição de colônia de Portugal. Então, em 02 de setembro de 1822, durante uma reunião do Conselho de Estado, Leopoldina assina o decreto de independência do Brasil e, em seguida envia, a seu marido Dom Pedro, uma carta com uma declaração de independência, que dizia que era chegada a hora de romper com Portugal. Em 07 de setembro, o mensageiro alcança o príncipe às margens do rio Ipiranga, local onde se dá o famoso Grito do Ipiranga.

Assinatura do decreto de Independência do Brasil

 A morte da Imperatriz Leopoldina foi recebida com muita dor e tristeza pelo povo. “Toda a cidade estava de luto; uma dor muda de desespero tomava as fisionomias; negros, mulatos, portugueses, ingleses, italianos, alemães, todos choravam em comum a morte da imperatriz; pela primeira vez sentiam-se irmãos, o ódio nacional calava-se e os ressentimentos pessoais desapareciam.” (Carlos Seidler, mercenário alemão, testemunha ocular dos acontecimentos, 1835.)

 “Os pobres negros andaram pelas ruas por muitos dias gritando: ‘Quem tomará agora o partido dos negros? Nossa mãe se foi!’. Muitos e sentidos foram os lamentos das várias escolas e estabelecimentos de caridade.” (Maria Graham, escritora, amiga de D. Leopoldina e testemunha ocular dos acontecimentos.)

O poder da Imperatriz é um poder transformador. Ela usa esse poder para gerar a vida, nutrir e proteger. Ela se mete para proteger a vida, ela interfere para impedir uma maldade, ela toma a frente para prestar socorro e oferecer abrigo.  Sob a influência da Imperatriz, as coisas se concretizam. Ela põe a mão na massa e faz acontecer. Com isso, dá o exemplo e consegue apoio para suas campanhas de solidariedade, de justiça social e de caridade. Por conta de suas boas ações, de suas boas intenções e de sua humildade, a Imperatriz conquista a admiração e o afeto do povo.

A Imperatriz tem compromissos e responsabilidades que, às vezes, se sobrepõem à sua vontade individual. Ela não pertence apenas a si mesma. Ela sabe disso e aceita essa condição. Ela cumpre seu papel social com dedicação e amor. A Imperatriz coloca-se a serviço do próximo e pensa nas causas e nas pessoas primeiro para, só depois, pensar em si mesma. Essa característica pode dar espaço para que algumas mulheres que são ótimas mães para os outros se esqueçam de ser boas mães para si mesmas.

A Imperatriz é carismática e elegante. As pessoas a admiram e a seguem.  É uma mulher de caráter e bom coração que valoriza o lar e a vida em família.

A Imperatriz é uma mulher extraordinária e para harmonizar-se com ela, convém um homem extraordinário também. Um homem aquém dela poderá sentir-se inferior a ela, colocá-la num altar e venerá-la como uma santa e não a tocar. Um homem despreparado poderá não perceber o valor que ela tem ou querer rebaixá-la para sentir-se superior a ela.  

Cada imperatriz deve fazer par com um imperador compatível. Só assim haverá equilíbrio e harmonia.

Light Seer’s Tarot

A Imperatriz, por ser fértil e abundante e dar a vida, é vista como um portal para o espírito nascer na matéria. Assim sendo, representa também a mãe natureza, a mãe terra.

MENSAGEM

Uma relação saudável com o arquétipo da Imperatriz é fundamental para que a pessoa possa doar de si mesma para os outros. Generosidade e empatia são qualidades presentes em homens e mulheres, assim como o amor, essa força vital poderosa, capaz de aceitar, transformar e curar o mundo ao redor.

CONSELHO

Coloque-se disponível para gerar, cuidar, proteger, nutrir e amar a vida.

PALAVRAS-CHAVE

Mulher, feminino, encanto, beleza, sensualidade, esposa, “rainha do lar”, primeira dama, companheira, casamento, fidelidade, união, alianças, companheirismo, família, vida privada, vida íntima, vida doméstica, vida familiar, conforto do lar, ambiente doméstico, sustentação, manutenção, contenção, solidariedade, força interior, proteção, lealdade, segurança, estabilidade, acolhimento, colo, bem-estar, conforto, lar. Compaixão, bondade, generosidade, humanitarismo, altruísmo. Pessoa disponível para o outro, empática, acolhedora, apoiadora, protetora, amorosa, compreensiva, companheira, nutridora, cuidadora, pessoa que aceita, ama e perdoa. Mãe, maternal, a mãe que abençoa, a mãe que reza pelo filho, a mãe que protege, nutre e defende seus filhos, amor maternal, mãe do povo, maternidade, parto, parteira, parturiente, fertilidade, fecundidade, gravidez, gestação, nutrição, dar a vida, criação de filhos, procriação, natureza, campo, terra.

INVERSÃO DOS VALORES DA IMPERATRIZ

Submissão ao marido,  dependência,  a família não é prioridade, negação da condição de mulher, adiamento ou negação da maternidade, esterilização, abandono da família, aborto, violência contra a mulher, recusa em cuidar de uma criança ou de uma pessoa doente, imitação do comportamento masculino, desvalorização da mulher em comparação com o homem, abandono dos valores femininos, “coisa de mulherzinha”, superproteção que abafa o desenvolvimento do outro, manipulação, chantagem emocional, ciúme, possessividade.