GAIAN TAROT de Joanna Powell Colbert

 A Buscadora

Um novo começo

A Buscadora começa uma jornada tirando um momento antes de descer a encosta para contemplar a estrada a sua frente na hora da partida. Talvez ela esteja murmurando uma oração ou estabelecendo uma intenção. Ela viaja leve, carregando tudo o que precisa em sua trouxa. Ela bordou uma borboleta na parte detrás do seu colete, simbolizando o seu prazer em voar para longe e escolher seu próprio caminho.

A Grande Montanha nasce no Leste, e o rio serpenteia lentamente em sua própria jornada, da cordilheira até a baía e o oceano distante.

A Buscadora está naquele estágio da vida entre a infância e a idade adulta, quando tudo é possível, e sua vida está diante dela como uma página esperando para ser escrita. 

Com a raposa como sua companheira astuta, quem sabe que surpresas ela pode esperar?  Ao seu redor, andorinhas esvoaçam e borboletas rabo de andorinha flutuam, guiando o seu caminho

O Mágico

O Espírito manifestado

O Mágico é um percussionista ritualístico, o tambor é sua varinha mágica. Ele toca djambe, envolvido na felicidade e êxtase do transe criado pelo som do tambor. Ele sabe que o ritmo de sua batida corresponde ao batimento cardíaco da Terra. A luz do fogo pisca nas paredes da caverna, pintada com mil mãos, como aquelas impressões de mãos pré-históricas da Caverna das Mãos (Cueva de las Manos), na Argentina.

Um altar com itens representando os quatro elementos o ancora no espaço sagrado. Ele cria o ambiente que permite que a mágica aconteça. Ele abre uma porta entre este mundo e o mundo do espírito. A mão cria mágica – seja com um tambor, com um pincel ou com um instrumento ritualístico. As mãos trazem o não visto para o reino do visível.

A Sacerdotisa

Sonhos, vozes e visões

 

A mulher do mistério nos convida a entrar quando a lua está minguando. – Escute a voz do vento com seu cheiro salgado e penetrante, ela diz… – Ouça as vozes que vem à tona em seus sonhos ou as que vem de seu útero durante o período do fluxo lunar.

Ela se senta em frente ao véu de salgueiro de Hécate e ouve as palavras não ditas da coruja e do salmão. O mar atrás dela está iluminado por uma lua minguante. Ao seu lado encontra-se a (escultura) Deusa Adormecida de Malta, que envia sonhos de cura. Em suas mãos está a romã de Perséfone, símbolo de fertilidade, morte e sexualidade.

Ela é donzela? Ela é Velha?

Ela carrega as duas coisas dentro dela, equilibrando a sabedoria da idade com o frescor da juventude – e mantém firme a autonomia de ambas.

Sssh. . . a sacerdotisa sussurra:

Guarda os mistérios!

Revele-os constantemente!

A Jardineira
Sensualidade, criatividade, abundância

Nossa Senhora da Terra alegra-se com a fertilidade e com a exuberância dos campos do meio do verão, com os primeiros frutos da colheita e com o amadurecimento do seu próprio corpo. Ela é a mãe Deméter do trigo e das papoulas. 

Ela é filha da grande Deusa de Willendorf.  Ela é a borboleta monarca. Ela também personifica Vênus/Afrodite, abundante em sensualidade e erotismo. Ela é ambas, mãe e amante e, ao proclamar orgulhosamente seu direito de ser os dois, cura a divisão da sociedade ocidental entre sexualidade e maternidade.

Ela usa um colar de nozes kukui, um símbolo havaiano de status e poder. O espelho de Vênus reflete sua própria beleza e nos dá um vislumbre do outro mundo. Ela está cercada por cestas transbordantes de produtos, enquanto os campos ainda a serem colhidos se estendem até o horizonte.

 –Pegue e coma! diz ela, oferecendo-nos uma maçã, um mamão, um figo, a fecundidade de nossas próprias almas. – Está bom.

O Construtor

Estrutura, limites, fundação

O Construtor é um mestre artesão, mostrado aqui esculpindo um desenho de folhas de carvalho e bolotas na coluna que protege a porta da frente de sua casa. Ele está comprometido com a ética e com os princípios da sustentabilidade e construiu uma casa ecológica. Ervas secas estão penduradas nas vigas, a lenha está empilhada, preparada para o inverno, e um caminho em espiral feito com pedras de praia leva o visitante até a porta de entrada em forma de arco.

O Construtor é forte e sente-se confortável com sua própria autoridade. No entanto, diferente do que fazia a maioria dos imperadores históricos, ele não destrói a vida em benefício próprio ou para aumentar seu poder. Inspirado no Homem Verde, o espírito da floresta cujo rosto ele esculpiu na base da coluna, ele trabalha em harmonia com a natureza e honra os animais e os recursos da Mãe Terra. O francelho, um pequeno falcão que caça com velocidade, graça e precisão, observa e espera enquanto o Construtor se concentra em sua tarefa.

O Construtor é o pai arquetípico, o criador da cultura, da estrutura e das leis humanas. Quando comparado com a Jardineira, que encarna a abundância da Mãe Terra, ele é a cidade, ela é o campo, ele é o prédio, ela é o jardim. 

Como um arquiteto da civilização, nosso Construtor cria redes e sistemas que permitem que as pessoas vivam e trabalhem juntas, compartilhando recursos e criando uma comunidade sustentável e solidária.

O Professor
Aprendendo e ensinando

O Professor é uma figura simples e espiritualista da tradição do tolo sagrado ou do santo louco, conhecida na tradição Sufi assim como no Budismo tibetano, no Judaísmo hassídico e no Cristianismo. Santos loucos falam em enigmas, fazem provocações, riem alto e agem de maneira ridícula intencionalmente. Ao mesmo tempo, eles não têm malícia, são transparentes e se colocam num estado de abertura para um estado de maravilhamento. Perguntamos: – Quem é o homem sábio e quem é o tolo?

O Professor está sentado à frente de um cedro vermelho ocidental cercado por cinco aliadas verdes – as ervas medicinais potentes que muitos pensariam se tratar apenas de ervas daninhas. É uma loucura ter como professor o dente-de-leão, a urtiga, o alho, o milefólio e o confrei? E que lições são ensinadas pelo cedro vermelho ocidental?

O coiote também é um santo louco. O rastreador de regiões selvagens Tom Brown Jr. transmitiu a tradição da “pedagogia dos coiotes” a partir do que aprendeu com o seu próprio professor. O “avô” usava métodos como questionar, provocar e contar histórias para inspirar e intrigar estudantes preguiçosos. A pedagogia do coiote também acontece quando você planeja aprender uma coisa (o uso medicinal de ervas, por exemplo) e acaba aprendendo plenamente outra coisa também (talvez os limites de sua própria coragem e resistência).

Podemos perguntar:  -Quem é o professor nesta carta e quem é o aluno?

 

 

Os Amantes
Siga a sua paixão

Os Amantes celebram a festa sagrada de Beltane (primeiro de maio) em seu caramanchão de madeira verde, com a presença do cisne de Afrodite e suas pombas gêmeas. Ele está (vestindo amarelo) resplandecente como o sol e ela, (vestindo) verde como a terra em crescimento. Ele está coroado com folhas, ela com flores de maio – flores brancas de espinheiro, que nos lembram de “seguir nossa felicidade”. Entre eles, seguram a rosa silvestre do verão na cor vermelho sangue, símbolo da doçura e do espinho da paixão. Um zangão paira perto da rosa, esperando a chance de beber profundamente seu néctar. Por um momento, eles deixaram de olhar um para o outro para olharem juntos na mesma direção.

 

A Canoa
Mantenha-se focado no seu caminho

O remador parte em sua busca, livre de bagagem e do excesso de roupas. Ele está focado em seu objetivo, em sua intenção, não olhando nem para a esquerda nem para a direita. A frase “reme a sua canoa” indica autodeterminação e autoconfiança. Ele traz sua força, vontade e coragem para a tarefa em questão. Um barco frequentemente simboliza a transição do mundo material para o mundo espiritual. Aqui o remador faz o seu caminho no mundo enquanto explora as profundezas espirituais. Sua tarefa é viver sua vida com significado, ou seja, conduzir a vida cotidiana com os propósitos da sua alma.

Seu remo é sua varinha mágica, suas tatuagens são sua armadura. Seus companheiros de viagem são a águia e o salmão, cada um trazendo seus próprios dons – a rapidez, o poder e a visão aguçada da águia e a sabedoria a respeito das profundezas do salmão. As orcas trazem sua própria magia poderosa – ou seja, o equilíbrio da diversão com a ferocidade. Sem dúvida eles o desafiarão e o guiarão.

A Força

Coragem e fogo interior

Uma mulher forte e bonita segura um puma nos braços. Ambos usam uma coroa de flores. O leão da montanha simboliza sua paixão, seus instintos, sua sexualidade e sua natureza selvagem. Em vez de acreditar que sua natureza animal precisa ser subjugada, ela a abraça e a torna amiga.

As escolhas são feitas a partir do coração. Torna-se um pouco mais agreste, mais apaixonado, mais criativo. A pessoa atenta se torna mais espontânea. Há união entre a natureza instintiva animal e a mente “civilizada”. O sinal do infinito acima de sua cabeça simboliza a troca de energia e informação entre os lados esquerdo e direito do cérebro – o linear e o holístico. A força interior surge naturalmente da autoconfiança de uma pessoa equilibrada e integrada.

Na rocha, vemos uma escultura da Itália (500 AC) que mostra uma górgona Medusa dando à luz, assistida por dois leões. Quando invocamos nossa força interior, podemos ser calmos e resolutos ou selvagens e ferozes. Às vezes somos a senhora e às vezes o leão.

 

O Eremita

Solitude sagrada

O Eremita se afasta da companhia de outras pessoas para reabastecer sua alma na solidão enquanto se comunica com o mundo natural. Ele ouve os chamados dos pássaros enquanto escreve e desenha em seu diário na hora do crepúsculo. Ele pondera sobre sua própria mortalidade e os dons e desafios do envelhecimento. Seu guardião é a coruja barrada, que vê profundamente na escuridão e incorpora a sabedoria silenciosa. Da fumaça sagrada da sálvia em brasas, surgem visões de animais espirituais. O mergulhão (parece um pato), com seu chamado misterioso e primitivo, leva o Eremita às águas de seus sonhos e memórias ancestrais. O lobo, o aliado da lua, faz o Eremita se lembrar de que faz parte de um grupo ou tribo, mesmo quando passa um tempo separado dele. O Merlin é uma ave de rapina mutante e mágica que compartilha seu nome com o lendário sábio ancião das lendas arturianas. Todos os três são professores da alma do Eremita.

 

A Roda
Ciclos e estações do ano

A roda do ano gira e rotaciona à medida que uma estação se transforma na seguinte. Nesta carta, o núcleo ardente da Terra está no ponto imóvel do mundo em transformação. As árvores de cada estação estão enraizadas no corpo da Terra. Ao redor das árvores, vemos as oito fases da lua, que correspondem aos oito dias sagrados do ano solar. O zodíaco está alinhado com as estações do ano e as fases lunares. Por exemplo, a Lua Nova/Escura corresponde ao Solstício de Inverno – o dia mais curto do ano em que o sol começa a crescer novamente. O Solstício de inverno ocorre quando o sol se move para o signo de Capricórnio. Então, esses três – a Lua Nova/Escura, a Árvore do Inverno e Signo de Capricórnio – estão todos alinhados na carta e assim por diante.

Os ciclos da natureza nos ensinam que toda a vida se move em uma roda. Onde quer que estejamos nesta roda, certamente iremos para o próximo ponto e para o seguinte, até que completemos um círculo a partir do local de onde começamos e, como escreveu TS Eliot, – Conhecemos o lugar pela primeira vez.

Fora da roda do ano solar, do mês lunar e da roda do zodíaco, vemos um círculo de contas de oração. Este rosário ou japa mala é dividido em seis conjuntos de nove (o número mágico de três vezes três). Enquanto rezamos ou entoamos orações repetitivas, contando as contas à medida que avançamos, entramos em um estado alterado, onde tudo é possível, a mágica acontece e as borboletas – símbolo da alma – se libertam do giro da roda.

 

 

A Justiça

Equilíbrio cármico

Em vez dos conhecidos pratos da balança, vemos uma figura numinosa (transcendente) que, com as mãos estendidas, se transformou na própria balança da Justiça. Ele está ereto com um olhar de profunda compaixão nos olhos. Em uma mão há um coração apaixonado e flamejante; na outra, uma pena. Na mitologia egípcia, o coração de uma pessoa que morreu recentemente é pesado em comparação à pena de Ma’at, deusa da justiça. Se a balança se equilibrar, ele ou ela é bem-vindo ao Paraíso. Se a balança não se equilibrar, o coração da pessoa é devorado por um demônio. A história de Ma’at nos lembra de que, além das leis das sociedades e nações, existe a lei universal de causa e efeito ou equilíbrio cármico.

Todos os dias fazemos escolhas éticas ou antiéticas que tornam nosso coração mais leve ou mais pesado. Isso acontece a um nível global também. Quando os seres humanos tiram o que querem do mundo natural sem considerar as consequências, ocorre devastação. Todas as plantas e animais retratados nesta carta são espécies ameaçadas ou em extinção: a coruja manchada, o ginseng americano, o lince canadense, a echinacea, a marmota da ilha de Vancouver, a borboleta azul de Fender, a tartaruga-de-pente, a tartaruga marinha, a palafitas com pescoço preto (parece com o quero-quero com pernas de flamingo), a lontra-do-norte, o trillium (flor branca com três pétalas e três folhas formando um triangulo para cima e outro para baixo), o lobo vermelho e o grou gigante (ave de longas pernas de ambiente alagado). Também vemos, ao fundo, uma floresta de tocos que sobraram depois do corte das árvores. Cada uma dessas espécies tem sua própria história do porque está ameaçada e como pode sobreviver. A beleza, o mistério e a diversidade de nosso planeta extraordinário diminuem cada vez que uma espécie é extinta.

O rio ao fundo se refere às muitas canções e hinos populares que citam Amós 5:24: “Que a justiça flua como um rio e a honestidade como um riacho que flui sempre”. A justiça nos pede para considerar as consequências de nossos atos em cada escolha que fazemos.

A Árvore

Deixando ir

O Enforcado sempre foi uma das imagens mais misteriosas e atraentes do Tarô. Aqui, a figura etérea está suspensa na postura de yoga chamada vriksha-asana – a Árvore. Sua graça e equilíbrio são um espelho da serenidade de seu ser interior. Ela é capaz de manter-se centrada, mesmo quando seu mundo está agitado, quando o horizonte está desnivelado e todas as coisas estão de cabeça para baixo.

Talvez nossa yogini esteja do lado certo em um mundo invertido. Sua prática e devoção estão evidentes pela maneira como ela se uniu ao céu e ao mar. Ela ignora o desconforto de sua posição, encontrando harmonia em uma visão mais profunda. Ela nos mostra como “deixar Deus(a) agir”.

A Morte

Morrendo e nascendo

Uma garça-real está morta em um velho barco em decomposição perto da praia. Formigas e aranhas rastejam na carcaça e um abutre paira sobre suas cabeças. Rosas selvagens e um sabugueiro crescem através do barco apodrecido e borboletas esvoaçam pela vegetação. Cordas sinuosas como cobras estão enroladas abaixo do convés. 

A oeste estão as ilhas do outro mundo, e a luz do sol da tarde brilha na água. Na mitologia celta, o outro mundo – muitas vezes concebido como ilhas – sempre mente para o ocidente e os viajantes geralmente partem em sua última jornada de barco.

 A garça-real é um espírito guardião que se encontra no portal entre a vida e a morte. Os abutres se alimentam de carne morta e a purificam, deixando apenas os ossos para trás. O sabugueiro é uma erva que é medicinal e tóxica ao mesmo tempo.

O clarão da luz do sol na água tem sido chamado de “Dama Branca” em algumas tradições celtas e é visto como uma epifania ou manifestação da Deusa. Quando a garça navega para casa pelos portões do outro mundo, aqueles de nós que são deixados para trás ficam admirados com o Grande Mistério.

A Temperança

Combinando opostos

O ser alado levanta uma concha para derramar suas bênçãos em uma tigela de queimar ervas. Em vez de água, ela derrama a luz refratada de um arco-íris. Seu terceiro olho brilha com o conhecimento sagrado e a visão de longo alcance. A piscina cheia de vapor distorce sua reflexão – ou a distorção é uma imagem precisa de outro tipo? Ela é uma filha de uma raça mestiça; as linhagens de muitas culturas correm dentro de seu corpo. Por seu exemplo, ela nos chama para integrar todas as partes díspares de nós mesmos. Seus dons são aqueles de cura, de criatividade e de integração da luz e da sombra dentro de nós.

A palavra “temperança” vem do latim “temperare” (temperar, esfriar), “combinar” ou “misturar”. Esta carta é sobre a combinação de diversos elementos para criar algo novo. Como tal, é frequentemente o cartão de assinatura dos artistas. Azul e vermelho fazem o roxo; chuva e sol fazem o arco-íris; água e fogo produzem vapor. A lua cheia nasce quando o sol se põe; o sol nasce quando a lua cheia se põe. Esse equilíbrio perfeito de opostos nos agracia com uma beleza extraordinária.

A Trepadeira

Vida fora de equilíbrio

A carta anterior, a Temperança, nos lembra de viver uma vida equilibrada. A carta a Trepadeira mostra uma vida vivida de forma desesperada, ligada a seus próprios vícios. Ele não vê saída. Sua luta interior se reflete no mundo ao seu redor, onde plantas e pássaros não nativos substituem espécies nativas, causando um grave desequilíbrio no ecossistema.

Embora as flores da trepadeira (da família da glória da manhã) pareçam adoráveis ​​e brancas, a planta corre desenfreada, enrolando-se em torno dos caules e galhos de plantas saudáveis ​​até que murchem por falta de luz solar.

No céu atrás da figura, um bando de estorninhos (uma espécie não nativa da América do Norte) passa em revoada, dizimando o habitat de pássaros nativos. Mais estorninhos tagarelam um com o outro acima da figura, como vozes na cabeça dele que não vão embora. A figura se libertará de seus vínculos? Ele encontrará o caminho de volta à saúde e à harmonia? Talvez ele precise arrancar a trepadeira pelas raízes e queimá-la antes que ele possa trazer sua vida de volta ao equilíbrio.

O Relâmpago

Mudança repentina e irrevogável

Um raio atinge uma árvore e ateia fogo nela quando uma tempestade se enfurece. Três figuras caem do céu, como num sonho. Quando um raio cai, há um aumento de ozônio na atmosfera, o que limpa o ar.  Dessa mesma forma, as consequências de uma calamidade podem trazer renovação em nossas vidas.

No folclore celta, diz-se que uma árvore que sobrevive a um relâmpago geralmente floresce depois. As pessoas pegam pedaços dessas árvores para abençoar suas casas e atrair boa sorte. 

Em algumas culturas indígenas, uma pessoa que sobrevive após ser atingida por um raio pode se tornar um xamã ou curandeira.

Esta carta é uma mudança repentina e irrevogável, ao contrário da Roda, onde as mudanças ocorrem em ciclos e padrões. 

Isso pode ser tão catastrófico quanto um terremoto ou um ataque terrorista, ou tão esclarecedor quanto o flash repentino de um insight. Em qualquer dos casos, a vida nunca mais será a mesma.

A Estrela
Abertura à graça

Um tempo de paz e tranquilidade segue os raios e tempestades da carta anterior. Uma mulher se ajoelha diante de uma fonte sagrada cheia de luz das estrelas. Em suas mãos, ela segura a água da vida. Em breve ela beberá profundamente dela e será preenchida com renovação, esperança e inspiração. Seu corpo se tornará impregnado de luz como se ela experimentasse a si mesma em unidade com todos os seres.

Acima dela, as Plêiades se erguem. Aquelas Sete Irmãs dançarinas que simbolizam o lar de nosso coração. Atrás dela está a corrente celestial entre o Céu e a Terra, conhecida como Via Láctea, onde os peregrinos viajam de um reino para o outro. A seu lado, o martim pescador nos lembra os dias felizes de paz e abundância. Com o nosso ouvido interno, ouvimos uma voz proclamar:

Eu sou a alma da natureza, que dá vida ao universo. 

De mim todas as coisas procedem,

e para mim todas as coisas voltarão.

Mais do que tudo, a deusa Estrela representa a graça, a divina conexão que não é paga e sim, gratuitamente concedida.

Vamos buscar nossa esperança e inspiração na Estrela de Belém. Que ela possa nos fazer lembrar de oferecer uma oração de ação de graças pela multidão de bênçãos em nossas vidas.

A Lua

Mudanças constantes e confiáveis

La Luna Bella! 

Uma mulher invoca as energias da lua cheia, enquanto em seu redor espiralam as oito fases lunares. A cada mês, a lua manifesta o ciclo de declínio e retomada, à medida que cresce até a plenitude, diminui até a escuridão e começa a crescer novamente. A Lua está mudando constantemente, e ela é totalmente confiável em suas mudanças.

Este ciclo incorpora um dos ensinamentos mais profundos que a Natureza tem para nos oferecer. Todo mês, o ciclo lunar, refletido no ciclo menstrual da mulher, lembra-nos de que uma etapa da vida sempre sucede a outra e que um período de escuridão é sempre seguido de renovação.

Atrás da mulher, vemos o relevo paleolítico da Grande Deusa de Laussel, que pode ser o primeiro calendário da humanidade. Com uma mão, ela toca a barriga (escondida atrás da cabeça da mulher retratada na carta) e, com a outra, segura no alto um chifre em forma de crescente, entalhado com treze riscos – o número de lunações em um ano. 

A mulher está acompanhada pelos aliados da noite, a coruja e o lobo. A coruja nos ensina a navegar por meio dos nossos sentimentos, instinto e intuição. O lobo nos ensina a entrar em contato com a nossa “natureza selvagem” e uivar para a lua luminosa. O salmão salta das profundezas, trazendo a sabedoria de seu próprio ciclo de descida e retorno.

O Sol

Alegria radiante

Das sombras da lua, nos movemos para a clara luz do dia. Uma mulher dança de alegria no auge da força do sol, ao meio-dia no Solstício de Verão. Até os girassóis atrás dela estão irradiando felicidade. Enquanto dança, ela experimenta essa sensação conhecida como ” fluxo “. Ela está tão focada e envolvida em sua dança que perde todo o senso de si mesma e da passagem do tempo. Ela aprendeu a criar felicidade para si mesma vivendo uma vida com propósito e compartilhando sua alegria com os outros. Não há nenhum planejamento oculto aqui, nem tristeza, nem escuridão ou estresse, apenas a pura alegria de estar vivo.

 

O Despertar
Tomando consciência

Com esta carta, despertamos para um nível mais alto de consciência, tanto no nível pessoal quanto no planetário. Somos chamados a abrir nossos corações ao Espírito, a viver de uma maneira mais significativa e a participar da vida de nossas comunidades. “Pensamos globalmente e agimos localmente” e estamos cientes dos “dakinis”, anjos e “bodhisattvas” que nos ajudam nos bastidores enquanto trabalhamos para curar o planeta.

Nesta imagem, um jovem se abre para a vida do Espírito. Ele emergiu da escuridão da tumba/útero de Newgrange e agora está seguindo o caminho espiralado do devoto. O olhar compassivo de Kwan Yin, deusa da misericórdia, sorri para ele. Grous da paz voam acima.

Sua comunidade o circunda, entre a terra e os céus, criando um espaço sagrado onde todas as coisas são possíveis. A mágica acontece, a terra está curada e nós também.

 

Gaia

O Mundo – Que todos os seres sejam abençoados

A avó de todos nós, de cabelos prateados, segura a Mãe Terra nos braços, olhando-a com toda a alegria e ternura que a mãe tem pelo filho recém-nascido. A Filha também está aqui, na forma de uma borboleta rabo de andorinha. (Será essa a mesma borboleta rabo de andorinha que vimos na carta da Buscadora?) As orações pelo planeta são feitas continuamente durante o tremular das bandeiras de oração na brisa. A guirlanda de ervas de bênção – o cedro, a sálvia, o capim-doce e a lavanda – cria o portal da mandorla, guardado por animais das quatro direções. Que todos os seres sejam abençoados. Que haja paz em nossa amada Mama Gaia.

Ás de Fogo

Uma cobra acaba de sair de um ovo e encontra o mundo pela primeira vez. Por causa de sua capacidade de soltar sua pele e surgir em uma nova pele, a cobra tem sido um símbolo de renovação e transformação.  No fundo, vemos faíscas disparando de uma chama oculta, simbolizando o fogo da criatividade, sexualidade e empoderamento.

Dois de Fogo

Dois dançarinos do fogo, carregados de energia de atração sexual, chegam perto de se abraçar, mas se reprimem.  Suas tochas formam um X  ardente  entre eles quando seus olhares provocantes se encontram.  Faíscas voam.  Eles vão ou não?

Três de Fogo

Uma mulher dança com lenços ondulantes, enquanto um pôr do sol escaldante transforma o céu noturno em uma fornalha. Ela também arde, com paixão e poder pessoal. Sua energia mágica e crepitante até desenha três “grandes bolas de fogo” em sua esfera!

Quatro de Fogo

Uma mulher está dentro de um círculo sagrado tendo as quatro direções marcadas por altas velas religiosas.

Ela está respirando profundamente, permitindo que a energia noturna do deserto inunde seu corpo. A energia, ao mesmo tempo sobe da terra e desce do céu para dentro do corpo dela. A kundalini se eleva, a energia flui, todos os bloqueios se desfazem. 

Ela está marcando um rito pessoal de passagem e está entusiasmada em relação ao seu próprio empoderamento.

Cinco de Fogo

Um artista que se apresenta usando o fogo cospe chamas.  Rostos retorcidos de gárgulas ou criaturas enlouquecidas se formam na fumaça e no fogo.  Assoprar o fogo pode queimar tanto o artista quanto sua audiência. Isso é energizante, emocionante, e potencialmente letal.

Seis de Fogo

É hora do festival! Com o anoitecer vem a luz da fogueira e a chegada dos percussionistas e dançarinos. 

A energia se acumula até atingir um pico ardente de força criativa e erótica. Estamos sincronizados e fascinados. Juntos abanamos as chamas do fogo sagrado. 

Nós erguemos um cone de energia e o soltamos – e agora estamos totalmente transformados.

Sete de Fogo

Uma ferreira, em uma forja, ergue o martelo prestes a bater na barra de ferro em brasa. O aroma da floresta encharcada de chuva no outono se mistura com o forte aroma de brasas e metais quentes. 

Os batimentos cardíacos da ferreira disparam quando ela bate na barra de ferro brilhante formando o que deseja. É preciso muita força e determinação para submeter o ferro à sua vontade. 

A ferreira usa um amuleto no formato do martelo de Thor (Mjöllnir) pendurado no pescoço. Ela recorre ao poder do deus viking do trovão, enquanto faíscas, como raios, voam de seu martelo. 

Ela sabe que nada pode impedi-la de realizar seu desejo.

Oito de Fogo

Meteoros com trilhas que se parecem com diamantes cintilantes riscam o céu rapidamente em direção à Terra. As chuvas de meteoros são visões espetaculares que enchem nossos corações com temor e admiração. Os antigos acreditavam que eram indicadores de grandes mudanças para o bem ou para o mal.

Nove de Fogo

Um homem se retirou para uma caverna de rocha vermelha, um local sagrado onde há uma reunião de energias, a fim de reabastecer sua própria força vital. Ele se senta em meditação e logo a serpente da kundalini começa a subir. Ele está radiante com o fogo interior, conectado ao céu e à terra. Ele experimenta a si mesmo como um ser de luz, assim como um ser de carne, sangue e osso.

Dez de fogo

Está ocorrendo um forte incêndio florestal, a fumaça e as cinzas são lançadas no ar. Para nossas mentes “civilizadas”, um incêndio é aterrorizante porque é uma ameaça para nossas casas, cidades, animais e possivelmente nossas próprias vidas. Mas os incêndios florestais são uma parte natural do ciclo da vida e, às vezes, foram cuidadosamente acesos pelos povos indígenas. O fogo é necessário para remover a vegetação rasteira e os detritos.  Também é importante para a saúde geral de uma floresta. Os incêndios são benéficos para as pradarias que podem precisar de fogo para manter sua própria existência e a de algumas espécies como a do Pinheiro Lodgepole, cujas pinhas geralmente precisam de exposição a altas temperaturas para liberar suas sementes.

Criança de Fogo

A Criança de Fogo ri em deleite pelas chamas de uma fogueira que dança e o deslumbra. Os seres humanos olham para as chamas desde o início dos tempos, fascinados pelo calor, pelo brilho, pelas visões – e até pelo perigo – que o fogo traz. No entanto, tudo isso é uma descoberta maravilhosa para cada criança que vê o fogo pela primeira vez. A gata malhada, sua companheira, está tão confortável nas sombras como está ao aquecer-se no brilho da luz do fogo.

Exploradora de Fogo

A Exploradora de Fogo gira suas bolas flamejantes através da escuridão, o poi (bola de tecido presa por um fio usada numa dança) forma um padrão de luz deslumbrante que arqueia, dá voltas e cai. Seus movimentos são tão sensuais e sinuosos quanto os de uma serpente, e igualmente hipnotizantes. Ela praticou longas horas para fazer seus movimentos parecerem fáceis. Mas a habilidade de girar o fogo exige que ela seja equilibrada, coordenada, flexível e ousada. Ela usa a máscara de uma deusa do fogo; em seu estado de transe, talvez ela se torne uma. Como as chamas voam ao seu redor! Ela entra no centro silencioso do círculo. Os dançarinos do fogo dizem que nenhum deles escapa de ser queimado pelo menos uma vez. O fogo consome. . . o fogo transforma. O fogo é perigoso, erótico e quente. A aliada dos giradores de fogo é a salamandra, que oferece o dom de nos ajudar através de nossas transformações ou de nos energizar novamente quando a vida parece desprovida de paixão.


Guardião de Fogo

Este Guardião é um encarregado do fogo.  Nos festivais, ele observa a fogueira e a controla para que o fogo não fique muito alto nem tão baixo que se apague. Sua energia corresponde à do fogo, quer o fogo esteja silencioso, fumegante, com faíscas ou em chamas. Ele costuma estar no fundo do círculo, mesmo assim a percussão e a dança não podem acontecer sem ele. Ele é parte integrante da comunidade. Ele guarda e nutre as qualidades de criatividade, poder pessoal, paixão e transformação. O aliado dele é o lince pardo, que sabe como canalizar a força da vida silenciosamente, mas energeticamente.  Assim como a coruja, ele vê e ouve claramente no escuro.


Anciã de Fogo

Uma curandeira agacha-se na terra em frente de um altar em homenagem aos antepassados ​​durante Los Días de los Muertos – os dias dos mortos. Ela segura um punhado de ervas em brasas que direcionam ondas de energia para dissipar a falta e trazer a doçura. Ela vive em la época del mito (o outro mundo, o tempo do mito) tanto – ou mais – quanto vive no mundo da realidade comum. Seu olhar, direcionado para o observador é potente e desafiador. Sua aliada é a iguana, que traz o remédio da época dos sonhos.

A Anciã do Fogo nos lembra de nos abrirmos para o outro mundo, o mundo dos padrões de energia, dos espíritos e dos invisíveis. Quando mudamos nossa realidade interior, nossa realidade exterior também muda.

Ás de Água

Os salmões desovaram em uma piscina funda ao lado de um rio. Os ovos laranja brilhantes estão no fundo da piscina espalhados entre as rochas. Os alevinos recém-chocados e um salmão do tamanho de um dedo começam a explorar seu mundo aquático. A jornada dos salmões é de descida e retorno, assim como é a jornada arquetípica do xamã. Os salmões viajarão centenas de quilômetros rio abaixo até o oceano e depois voltarão ao rio, no local onde nasceram para gerar a próxima geração. Na mitologia celta, o salmão é a personificação da sabedoria.

Dois de água

Uma mulher e sua amiga cadelinha se abraçam alegremente perto de uma cachoeira. No chacra cardíaco da mulher está tatuada uma flor de lótus se abrindo. A cachoeira cria íons negativos (água ionizada – mais alcalina), que refrescam e elevam o espírito. 

Canina e humana se encontram em uma alegre conexão de coração, que para os cães simboliza a lealdade, o companheirismo e o amor incondicional.

   Três de água

Três curiosas lontras-marinhas estão a brincar numa grande floresta de algas. Duas delas flutuam de costas na superfície da água, tagarelando. Outra mergulha fundo, talvez perseguindo conchas que joga na água. Mais tarde, elas nadarão para a praia e encontrarão um lugar com uma margem lamacenta para deslizarem de barriga. As lontras parecem criaturas despreocupadas e marotas que nos encantam com seu charme e suas travessuras.

   

     Quatro de Água

Uma jovem olha para as águas do Chalice Well, um  poço sagrado em Glastonbury,  Inglaterra. 

Ela está triste, de luto ou está em paz? Ela pode estar observando os padrões na superfície da água ou contemplando os mistérios das águas vermelhas do poço.  A Dama do Poço murmura segredos nos ouvidos dela enquanto ela olha para a água. Se o poço pessoal dela estiver vazio e precisar de reabastecimento, neste lugar sagrado ele será preenchido até transbordar.

Cinco de Água

Uma mulher, agasalhada para o frio, senta-se em uma costa enevoada. Ela segura uma tigela de adivinhação cheia com água, mas nenhuma imagem surgiu. Seu olhar fixo está dirigido para dentro enquanto a névoa da depressão desce sobre a cena. À distância, um barco está ancorado na costa.

Seis de Água

Irmãs sereias se reúnem para celebrar o auge do verão, durante o pôr do sol do dia mais longo do ano.

Estamos nuas e inocentes, com o coração aberto para nos abraçar.  Nós tecemos uma teia sensual, uma teia mágica de amor e prazer enquanto cantamos:  – nós somos o fluxo, nós somos o refluxo…

 Deslizamos entre as fronteiras da terra e do mar, do dia e da noite, humanos e focas – para o lugar onde a mágica começa.

Sete de Água

 Um homem escolheu um sonho dentre muitos outros sonhos possíveis. Ele deixou a indecisão causada pela fantasia ou pelas muitas opções para trás e fez uma escolha.  É um momento de compromisso para ele. Talvez ele tenha ouvido quando um sábio o encorajou:  – Diga não para o que é bom para poder dizer sim  para o que é melhor.

Oito de Água

Uma mulher nada contra a correnteza de um rio com a intenção de chegar ao seu destino. Ela está focada e determinada, enquanto toma providências para viver uma vida autêntica. Pode haver momentos em que ela sente como se estivesse exagerando, passando dos limites e queira voltar, deixar a correnteza levá-la rápida e facilmente rio abaixo. Caso ela faça isso, terá que se recompor e seguir contra a correnteza novamente, após ter perdido muito terreno. 

– Mantenha-se fiel a si mesma, sussurra o rio.

– Mantenha o seu curso até chegar à terra firme.


Nove de Água

Uma mulher entra em uma caverna marítima sagrada e levanta os braços para receber o abraço da Mãe Oceano. Ela canta uma canção de devoção enquanto as ondas batem e pulverizam beijos salgados em sua fronte. Enquanto canta em harmonia com o vento e a maré, ela entra em um estado místico de êxtase. Quando vai embora, ela leva nove pedras brancas que carregam a energia da caverna e a canção que ela cantou para a mãe.

Dez de Água

O ciclo de descida e retorno dos salmões é uma das histórias mais inspiradoras encontradas na natureza, seja na forma de uma perspectiva científica ou de uma metáfora espiritual. Os alevinos de salmão nascem em água doce e são levados rio abaixo para o mar, onde crescem até a maturidade. Se não são comidos por baleias orcas ou capturados por pescadores, eles retornam rio acima para o mesmo local em que foram desovados. Assim como seus corpos cresceram quando flutuaram rio abaixo, seus corpos se transformam novamente à medida que avançam rio acima para desovar os ovos que se tornarão a próxima geração. Após cumprir este ciclo eles morrem.  Seus corpos apodrecem e o que não é aproveitado pelos corvos e pelas águias é compostado no solo, fertilizando-o.

Criança de Água

A Criança de Água está em pé na margem, onde a água encontra a costa. À medida que a maré flui e reflui, tesouros são expostos e escondidos mais uma vez. A beira-mar é um local de fascínio e magia para crianças e adultos. A criança aponta para uma estrela do mar na cor laranja brilhante que ela descobriu. Perto, um caranguejo eremita passa correndo, carregando sua casa nas costas. Ao redor dela, pedras e conchas estão espalhadas como joias e a luz do sol brilha na água. Atrás dela, Mama Ocean sobe e desce, fluxos e refluxos, e o som de suas ondulações e ondas é uma canção de ninar do coração.

Explorador de Água

O surf pode ser uma forma de meditação profunda, uma maneira de pausar a mente pensante. Como na meditação, se o surfista se esforça demais para controlar sua mente, ele se torna tenso e rígido. A onda então o alcança e ele é varrido. Mas o Explorador de Água sabe como ser levado sem esforço para o momento presente, hiper consciente e concentrado. Ele dança na barriga aquática da mamãe Gaia, a verdadeira essência da harmonia e da facilidade. Ele encontrou o ponto ideal onde não há esforço, movendo-se com a onda que o carrega graciosamente. Seu aliado é o golfinho, que oferece os dons do equilíbrio e da harmonia, assim como o dom da sabedoria da respiração profunda.

Guardiã de Água

A Guardiã de Água está nos chamando para abrir nossos corações à compaixão, à intuição e ao amor profundo. Como se estivesse nadando nas águas da misericórdia, ela transborda perdão, paz e limpeza para um mundo perturbado. “Pour it out for me” é a sua canção de sereia. Um cardume de peixes gira em torno dela, como se fossem seus filhos ou alunos, buscando conforto e proximidade ao explorar seu mundo. O colar com o pingente espiralado koru, reflete o formato da concha e significa desenrolar, abertura e renovação. 

Ela preserva e nutre as qualidades das emoções intensas, dos sonhos e da cura. Sua aliada é a tartaruga marinha Honu, que oferece os dons da boa sorte, da paz, da longevidade e a capacidade de encontrar o caminho de casa.

Estas são as águas misericordiosas de Kwan Yin, derramadas sobre um mundo problemático.

Ancião de Água

Um pescador, que está intimamente familiarizado com as marés e os humores da Mãe Oceano, alinha sua canoa em direção ao som do nascer do sol. É um tempo e um lugar limites: entre a noite e o dia, entre a costa e o mar. 

Sua atenção é capturada por um pássaro aquático – será uma garça? uma águia? um cormorante? – e ele olha para cima, seu olhar está cheio de admiração. Ao sentir a mudança na corrente abaixo dele, lembra-se de um poema de Rumi: A brisa ao amanhecer tem segredos para contar. Não volte a dormir. 

Sua aliada é a foca do porto, que se sente confortável nadando acima e abaixo da água. A foca nos lembra de prestar atenção aos nossos sonhos à medida que eles surgem das profundezas e de estar em casa, tanto no mundo interior quanto no mundo exterior.


Ás de Ar

Uma borboleta emerge de uma crisálida em uma brilhante manhã de primavera, com o espinheiro em flor (a flor de maio).  A borboleta é um símbolo da alma – psique é a palavra grega tanto para alma como para borboleta.  A capacidade dela de passar pelo processo de metamorfose fala da sua capacidade de mudar a si mesmo. 

   Uma tintura de bagas de espinheiro reforça a saúde do sangue e do coração e cura nossos corações de outras maneiras também. 

Siga seu coração, diz o espinheiro.

Você é um ser totalmente novo, diz a borboleta.

Dois de Ar

Uma mulher está ao lado de um espinheiro em flor. Ela está ouvindo o canto de dois “picoteiro-americanos.  Ela fecha os olhos para calar os ruídos e poder ouvir o canto mais baixo dos pássaros, aquele por trás de todos os outros. 

Ela embala algo precioso em suas mãos, talvez seja uma pedra ou um ovo quebrado de pássaro. Isso se torna um talismã de silêncio e de tomada de consciência. ” Quanto mais quieto você fica, mais consegue ouvir “, diz Ram Dass.

Três de Ar

Um homem escreve energicamente em seu diário; seus pensamentos e sentimentos são despejados sobre a página. Ele pode estar resolvendo problemas que o incomodam e que estão representados na prática dele da “carta do dia”.  Caneta, lápis e pena estão em uma jarra de vidro vermelho, ancorados por pedras de rio. Atrás dele, há prateleiras de livros cheios de ideias, inspiração e sabedoria.

Quatro de Ar

Quatro ovos de robin estão aninhados dentro de um ninho que foi feito de galhos, gramíneas, musgo, pétalas de flores e pedaços de fita e barbante. Estão escondidos, aconchegados debaixo de folhas que os protegem de predadores ou olhos curiosos.

Cinco de Ar

Cinco águias calvas gritam e lutam por território.  Outrora uma espécie em extinção, a proibição de DDT em 1972 resultou em um grande retorno das águias. Em algumas áreas, o ressurgimento levou à superpopulação e competição por habitat. Os visitantes das regiões selvagens podem testemunhar águias lutando entre si, até que uma ou mais estejam mortas.

Seis de Ar

A comunidade desperta e “canta o sol” junto com oração, música e tambor. À

medida que nos reunimos com outras pessoas de mesma mentalidade em festivais ou em retiros, ganhamos perspectiva e insights sobre os grandes problemas emocionais de nossas vidas.    Ao estabelecermos juntos a nossa intenção no espaço cerimonial, o poder de mudar, tanto a nossa vida pessoal quanto a nossa vida planetária, é ampliado muitas vezes.

 

Sete de ar

Um excursionista faz uma pausa em sua jornada para consultar seu mapa e       analisar seu destino. Ele

precisa planejar a próxima etapa de sua caminhada. Ele escalará a montanha ou seguirá o rio até o vale? Ele deve procurar a companhia de outras pessoas ou continuar sozinho? Ele deve tomar um atalho, mesmo que isso faça com que possa ficar preso no pântano do desespero? Que jornada interior essa jornada exterior simboliza? Ele faz seus planos e estratégias e – se for sábio – deixará espaço para a serendipidade (coisas boas trazidas pelo acaso).

Oito de Ar

Um pequeno grupo de pessoas encontra-se sentado em círculo em um conselho de gestão. Um homem está conversando enquanto os outros estão ouvindo atentamente. Talvez eles estejam planejando uma ação política – lembrando as palavras de Margaret Mead: “Nunca duvide da capacidade de um pequeno grupo de cidadãos preocupados em mudar o mundo”. Talvez eles estejam trabalhando para alcançar um consenso sobre uma questão que é importante para seus laços enquanto círculo espiritual. Talvez eles sejam um grupo de aconselhamento entre pares. Ou talvezeles poderiam estar participando da profunda transformação que pode acontecer quando contamos nossas histórias autênticas e os outros ouvem profundamente a partir de seus corações.

Nove de Ar

Uma mulher está sofrendo, em um nível de alma muito mais profundo do que a angústia do 3 de Ar.  Nuvens de tempestade se movem atrás dela, espelhando seu tumulto interior. Ainda assim, ela foi a um local sagrado e abraçou uma rocha vertical como se fosse sua mãe. Ela entra profundamente em um estado de transe, no qual deixa sua tristeza afundar-se no corpo da terra.  E com sua visão interior, ela vê o rosto de She Who Watches”– aquela que sempre vela por ela com amor e compaixão. 

Nota: “She Who Watches” é um petróglifo (uma gravura rupestre) encontrado perto do Rio Columbia, na fronteira de Washington e Oregon.

Dez de Ar

Gansos do Canadá voam em formação de V durante a migração de outono. Quase podemos ouvir o coro deles grasnando. A visão familiar de gansos voando para o sul durante o inverno nunca falha em dar um puxão em nossos corações, trazendo uma sensação de impermanência e saudade. Nos contos europeus de caça selvagem, dizia-se que bandos de gansos ou cisnes selvagens encarnavam as almas dos mortos que voavam pelo céu noturno de inverno.

Criança de Ar

A Criança de Ar olha para uma borboleta rabo de andorinha que pousa em sua mão enquanto borboletas voam em espiral ao seu redor.   Ela pode sentir o tremor de asas  delicadas e imagina se é realmente uma fada, disfarçada de borboleta.  Talvez, como o mestre zen Chuang-tzu, ela pergunta: “Eu sou uma pessoa sonhando ser uma borboleta, ou eu sou uma borboleta que sonha ser uma pessoa?”

Explorador de Ar

O Explorado de Ar escala uma árvore alta na floresta. A partir desta altura, ele tem uma nova perspectiva do mundo – ele pode ver o que os pássaros veem enquanto olha a paisagem. Ele carrega aljava, arco e lâmina, todas as ferramentas de discernimento e foco. 

Ele estudou e aprendeu a linguagem dos pássaros. Ele sabe mais do que apenas diferenciar os cantos deles; ele também conhece os cantos para chamar companhia e os cantos para conflito, os cantos para pedir e os cantos para dar o alarme. Ele entende quando os pássaros falam um com o outro sobre o cervo deitado quieto na mata, sobre a raposa observando silenciosamente, sobre o falcão a caminho de invadir o ninho de um passarinho em busca de ovos. Ele também sabe que os pássaros podem ser mensageiros do outro mundo, à medida que se movimentam entre o mundo do Espírito e o mundo físico. Seu aliado é o falcão peregrino, um predador que está em lenta recuperação após quase ser extinto. O falcão oferece os dons da velocidade, da elegância e da agilidade mental.

Guardiã de Ar

A Guardiã de Ar é uma yogini cujos pés descalços não sentem o frio da neve. Esta não é uma mulher que tolera pretensões ou incompetência nos outros. O olhar desafiador dela perfura você como uma faca. Ela olha diretamente para sua alma, iluminando até mesmo os cantos mais empoeirados. Ela se afastou da sociedade dominante, preferindo a rigidez e a solidão de uma montanha. Ela passou tanto tempo em meditação e oração que expandiu sua consciência para experimentar todo o cosmos. 

Deste privilegiado ponto de vista no alto das montanhas, enquanto você ouve o som da tigela cantante – o que se torna cristalino para você sobre sua vida? 

Ela protege e nutre as qualidades de comunicação, tomada de decisão, estratégia, oração e meditação. Sua aliada é a coruja nevada, que oferece os dons de profecia, discernimento e clareza, seja em plena luz do dia ou na noite mais escura.


Ancião de Ar

Você consegue ouvir o doce som proveniente da flauta de cedro aromática? A oração de agradecimento de um avô flutua para o céu quando sua respiração se torna melodia e harmonia. Este é um homem que dedicou sua vida a trazer paz e cura através da música. A remédio da música cria um santuário para aqueles que sofrem de dor física ou espiritual e estimula   outros a fazer a diferença no mundo. Sua aliada, a mariposa da lua voa alto, carregando mensagens dos ancestrais ou para os ancestrais.

Ás de Terra

Um jovem cervo recém-nascido se aninha na base de um cedro vermelho rodeado pelas hastes espiraladas em forma de cabeça de violino que desabrocham de uma jovem samambaia. Os cervos são animais comuns e ao mesmo tempo mágicos que têm a reputação de serem capazes de conduzir uma pessoa para o outro mundo. A galhada crescida simboliza a virilidade e a força, bem como a natureza selvagem da floresta. Das quatro criaturas retratadas nos Ases, apenas o cervo fica perto de casa nos primeiros dias após o nascimento, onde sua mãe o amamenta com frequência.

Dois de Terra

Um jovem pai carrega seus filhos pequenos nos braços enquanto compra ingredientes para a refeição da família no mercado

local. Um bebê chora enquanto o outro está calmo. O pai compara os preços e avalia as opções para o jantar, enquanto simultaneamente acalma um bebê e abraça o outro. O símbolo da África Ocidental em sua camiseta é um símbolo adinkra de um crocodilo, que representa a adaptabilidade de viver na água enquanto respira o ar.

Três da Terra

Três mulheres fazem tinturas, chás, pomadas e outras preparações de cura com as ervas que reuniram em jardins e campos. Elas trabalham alegremente juntas para criar remédios aromáticos para o bem da comunidade. Um significado tradicional para esta carta é “construir a casa da Deusa. Nesse caso, o templo da Deusa é nosso próprio corpo, e as ervas nos nutrem e nos sustentam.

Quatro de Terra

Em um lindo dia de outono, um esquilo cinza faz uma pausa para mordiscar uma bolota, (o fruto do carvalho) enquanto recolhe nozes e sementes para guardar para o inverno que está chegando. Ele está rodeado por uma pilha de bolotas e ainda mais cai de uma abertura no tronco de um bordo. Na cultura inuíte, um inukshuk (estrutura) de pedras empilhadas geralmente significa segurança, esperança e amizade – todas as qualidades que não podem ser acumuladas. Aqui, o monte de pedras ou inukshuk de quatro pedras representa uma oração encarnada.

Cinco de Terra

Um andarilho se vê perdido na floresta quando uma tempestade sopra. Ele constrói uma cabana de caçadores feita de entulho e se abriga dentro dela para esperar a noite. Mesmo sentindo-se desconfortável e com frio ele sabe que possui as habilidades necessárias para sobreviver e sair em segurança da mata quando a tempestade passar.

Seis de Terra

Em uma feira local de agricultores, vendedores e clientes trocam energia de forma tangível por meio da troca do dinheiro por mercadorias. Compramos nossas verduras e cenouras do agricultor que mora no final da estrada e, ao fazê-lo, sustentamos seu compromisso com a agricultura orgânica e sustentável. Em troca, recebemos alimentos frescos e deliciosos que nutrem nosso corpo e espírito. Às vezes, temos histórias com as nossas compras – como a da criancinha que ajudou a colher aquelas flores douradas; a do temporal que quase destruiu a colheita de tomates; ou a dos muitos dias passados nos campos perfumados de lavanda. É, realmente, uma compra feita com a alma.

Sete de Terra

Uma mulher planta uma muda de cedro vermelho perto de um córrego onde os salmões desovam.  Ela é voluntária em um projeto de restauração de habitat em uma área que já foi bastante documentada.  Desde então, surgiram árvores de amieiro que trabalham para restaurar a saúde da terra, por meio da respiração do nitrogênio através das suas folhas e da transferência dele para o solo. Mas é hora de substituí-los por cedros que amam a água e que sombrearão o riacho para que o salmão possa retornar do oceano, desovar e prosperar por séculos. O cedro vermelho ocidental pode viver por 1500 anos, crescer até atingir uma largura de 7,5 metros e alcançar uma altura de 76 metros. Quando os cedros são plantados em solos saudáveis, à sombra de outras árvores, crescem lentamente e fortes, fornecendo a melhor madeira para a construção de casas, barcos, cestos, roupas, cordas de pesca de alto mar e outras necessidades vitais para a vida.


Oito de Terra

Como um mestre artesão e seu aprendiz, um pai ensina sua filha a tocar tambor. Ele é um mentor e modelo de comportamento para ela, e a devoção entre eles sela as lições de ritmo e tempo. Enquanto aprende os meandros do atabaque, ela cultiva a paciência, à medida que a habilidade se desenvolve ao longo de muitas horas de prática. O amor e o respeito entre um percussionista e seu tambor se espelha no amor e respeito entre pai e filha, professor e aluno.

Nove de Terra

Uma mulher está no meio de um campo de lavandas em plena floração em uma ilha sagrada, onde ela

criou raízes e construiu seu lar.  Ela alcançou um momento em sua vida em que está satisfeita, contente e em paz com o seu lar e com o seu trabalho criativo.  Mesmo quando ela passa um tempo em sagrada solitude, ela é parte inseparável de uma comunidade que inclui pessoas, plantas e animais que chamam esse lugar de lar. O voo da garça irmã é um sinal para ela da presença do Divino em sua vida.

Dez de Terra

Na floresta profunda, encontramos um “tronco berçário” ou “toco berçário”, uma árvore que caiu durante uma tempestade ou foi cortada. À medida que o tronco decompõe, ele fornece terreno fértil para que um broto se enraíze em seu corpo moribundo. Insetos e fungos aceleram o processo de decomposição. Esquilos e outras criaturas podem pousar ou empoleirar-se ali, acrescentando restos de comida e fezes aos ricos humus. Logo musgo, samambaias e cogumelos aparecem, e as mudas de novas árvores. Muitos anos depois, você verá árvores grandes cujas raízes cresceram sobre um desses tocos ou troncos berçários. Ao fundo, um senhor idoso percorre o caminho da floresta através das sombras e dos raios de sol, indo em direção ao local que se abre para a luz.  Assim transmitimos a nossa sabedoria para a próxima geração, para que possa florescer à medida que seguimos adiante.

Criança de Terra

A Criança de Terra segura uma maçã madura em suas pequenas mãos. É recém-colhida da árvore, e seu aroma faz cócegas no nariz da criança. Parece pesada, sólida e firme em suas mãos. Ele olha para a maçã como se ela contivesse todos os mistérios do universo – e talvez contenha, pois, um pentáculo de sementes de maçã é revelado quando a maçã é cortada ao meio na transversal.       O seu companheiro, o coelho, é visto com mais frequência nos horários de transição, tais como o amanhecer e o anoitecer, nos quais é mais fácil deslizar entre este mundo e o outro mundo.

Exploradora de Terra

A Exploradora de Terra é uma rastreadora, alguém que sabe ler as histórias impressas na terra pelos pássaros e animais que vivem lá. Seu conhecimento da vida da floresta é profundo. Ela está examinando uma moita na base do pinheiro, procurando rastros ou fezes que possam indicar qual pequena criatura passou por esse caminho. Talvez ela tenha encontrado os ossos de uma ratazana ou passarinho. Ela ergue os olhos rapidamente quando sua atenção é atraída por um esquilo apressado. Talvez ele a esteja informando sobre o gamo que está logo atrás dela. Ele é um cervo espiritual, ou um raro cervo branco?

A Exploradora de Terra sabe como viver perto do coração da natureza. Ela sabe como fazer ferramentas primitivas, fazer fogo com uma engenhoca de dois paus, defumar e desidratar alimentos para o inverno, fazer roupas com peles de animais e tecer cestos com casca de cedro. Viver na mata ensina a ela que ela é capaz de muito mais do que ela imaginara. Ela não tem medo da floresta, mas a respeita e se tornou parte dela.

 Seu aliado é o texugo, que oferece os presentes de estabilidade, conhecimento da terra e conexão com o lar.

Guardião da Terra

O Guardião de Terra examina seu milho com carinho para ver se já está maduro para a colheita. Ele plantou, cuidou, capinou e cultivou as plantas durante toda a estação. Agora é hora de colher o milho e deixar que ele alimente sua família e comunidade. 

Ele tem muito orgulho da sua herança de produtor caseiro de milho. Ele está reconquistando essas tradições sagradas, tomando-as de volta do gigantesco agronegócio que as comercializou e adulterou. Ele protege e nutre as qualidades da boa saúde, prosperidade, segurança, praticidade e tradição. 

Seu aliado é o cavalo, que oferece os dons da força, do poder e do movimento. O cavalo ajudará no trabalho duro do sítio, assim como nos levará em nossas jornadas.

Anciã da Terra

Uma mulher senta-se em seu deslumbrante jardim outonal, fiando lã em fios que eventualmente se tornarão suéteres, cachecóis e chapéus para o inverno vindouro. Ela é uma mulher empreendedora que cuidou de seu pomar o ano todo e agora colhe uma rica safra de maçãs. Ela compartilha a colheita inesperada com a irmã corça, uma habitante original da terra. A corça fala da gentileza e da força do Ancião. Ela está contente em passar seus dias em harmonia como o seu lugar e com a sua comunidade. 

As fiandeiras, ao longo dos tempos, são conhecidas por suas habilidades mágicas de transformar palha em ouro, abrir portas entre os mundos e controlar o destino de mulheres e homens. Ela nos lembra as três moiras: é ela quem fia, é ela quem tece, e é ela quem corta o fio da vida. Ela interpretará cada um desses papéis, a seu turno, mas, por hoje, ela fia.