As primeiras tentativas de se fabricar um material específico para a escrita ocorreram em culturas primitivas que utilizavam fibras vegetais para produzir um tipo de tecido capaz de aceitar a escrita.

O PAPIRO

O mais famoso dos ancestrais do papel moderno surgiu no antigo Egito há mais de 3.500 anos. Naquela época, a produção era feita a partir de talos de uma planta que nascia às margens do Nilo, o Cyperus Papyrus. Assim, a palavra “papel” deriva da palavra papiro.

Os talos do papiro eram colocados sobre uma pedra plana em camadas, uma horizontal e outra transversal em relação a esta, e batidos com uma marreta de madeira. Ao serem espremidas, as fibras liberavam uma viscosidade que funcionava como cola, unindo as fibras amassadas. Com uma pedra, a superfície era puxada e polida, dando um aspecto de tecido vegetal. As folhas eram coladas umas às outras com a própria seiva.

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Segundo Stephen Greenblatt, os textos gregos e latinos eram escritos em papiros, que quando enrolados eram chamados de “volumen” (em latim). A primeira folha, na qual constavam os assuntos do volume chamava-se protokolon (em grego), que significa a “primeira cola”. Bastões de madeira eram afixados nas extremidades para facilitar o manuseio dos rolos. Os romanos chamavam estes bastões de “umbilicus”. Para ler o livro, um bastão era enrolado e o outro desenrolado. Ler até o final era “ler até o umbigo”. A primeira versão em grego do Antigo Testamento, a Septuaginta, elaborada por 70 eruditos, foi escrita em papiro.

OS PERGAMINHOS

Acredita-se que o pergaminho foi desenvolvido na cidade de Pérgamo e por isso recebeu este nome. Os pergaminhos não eram feitos de papel, e sim, de pedaços de couro de animais como vacas, ovelhas, carneiros e outros. A qualidade do couro, muitas vezes, obrigava o escriba a raspar os pelos restantes com uma pedra-pomes. Para se obter um couro de melhor qualidade, chamado velino, filhotes eram sacrificados e seus couros mais delicados eram usados. O couro mais nobre, o velino uterino, obtido através do aborto de fetos animais, era utilizado para escrever os livros mais importantes. Para se compor uma Bíblia, centenas de carneiros eram sacrificados.

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A partir do séc. IV, os cristãos desenvolveram o codex, livro com as folhas de couro, feito no formato dos livros que conhecemos hoje. Os pergaminhos e os codex foram produzidos por mais de 1000 anos na Europa.   

O PAPEL

O papel foi desenvolvido na China mil anos antes de chegar à Europa. Oficialmente, foi levado para a corte imperial chinesa no ano de 105 d.C. por Tsai Lun, incumbido pessoalmente pelo imperador Ho Ti de descobrir novas superfícies para a escrita.

A técnica consistia de fragmentar cascas de amoreira, pedaços de bambu, redes de pesca, roupas usadas e cal em um recipiente com água. Uma pasta se formava no fundo da tina e era retirada com uma peneira retangular. Após o escorrimento da água, a folha obtida era aquecida ao sol para secar. A técnica ficou reservada aos chineses por mais de 500 anos.

Ao longo do século, a produção de papel aperfeiçoou-se e o seu comércio expandiu-se por vários países.  A partir da Coréia e do Japão alcançou a Ásia Central, o Tibete e a Índia.

Em 751 d.C. os árabes se saíram vencedores num conflito contra os chineses. Nesta ocasião alguns artesãos foram feitos prisioneiros e obrigados a passar a técnica aos árabes. Após se apropriarem da técnica, em 795 d. C. os árabes instalaram em Bagdá, na Turquia um moinho de papel. Por volta do ano 1150, já no séc. XII, os árabes implantaram um moinho de papel na Espanha.

No ano de 1200, a Itália também fabricava papel. A fabricação de papel continuou artesanal até o final do séc. XVIII, quando em 1799, o francês Nicholas-Louis Robert inventou a primeira máquina de fazer papel.