Oráculo, na visão clássica, é o processo de obtenção de uma resposta para uma questão formulada, consultando uma divindade que se comunica através de uma pessoa preparada para isso. Por costume, tanto o médium, quanto o lugar e o instrumento envolvidos nessa comunicação passaram a ser chamados, também de oráculos.

O Oráculo mais famoso do mundo funcionava na cidade de Delfos, na Grécia.

Inscrição no pátio do Templo de Apolo em Delfos:

“Ó HOMEM, CONHECE-TE A TI MESMO E CONHECERÁS OS DEUSES E O UNIVERSO.”

Delfos, cidade grega localizada num planalto junto ao monte Parnaso, possui um sítio arqueológico que no passado protegia o templo de Apolo e seu oráculo.

As sacerdotisas de Apolo eram conhecidas como pitonisas. De acordo com a lenda, Apolo matou a serpente Píton, protetora do local e filha de Gaia. Segundo a mitologia, o corpo da serpente caiu numa fenda abaixo do oráculo e a sua decomposição emitia gases tóxicos. Estes gases quando inalados pela pitonisa provocavam um estado de transe que permitia a ela receber a mensagem da divindade.

O oráculo situava-se no subterrâneo do templo,  exatamente sobre a interseção de duas falhas geológicas. O local era conhecido como o umbigo do mundo pelos gregos. Segundo a lenda, Zeus soltara duas águias nos extremos do mundo e este é o local em que ambas se encontraram. 

Abaixo do oráculo vapores emergiam de uma fonte de água; a partir da inalação destes vapores e segurando uma vasilha com água com uma mão e um ramo de louro com a outra, a pitonisa falava em nome de Apolo. Suas previsões eram feitas em versos e alguns estudiosos afirmam que precisavam ser decifrados por sacerdotes.

Viajantes anônimos e governantes ilustres vinham se consultar no templo. Conta-se que o rei Creso da Lídia consultou Delfos antes de atacar a Pérsia, e de acordo com Heródoto recebeu a seguinte resposta: “Se você o fizer, destruirá um grande império.” O rei Creso entendeu que se sairia vitorioso e atacou a Pérsia. Foi completamente derrotado e o império destruído foi o dele.

Com a conquista da Grécia pelos romanos e a propagação do cristianismo, Delfos entrou em decadência. Seus tesouros artísticos, foram levados pelos romanos e o oráculo funcionou até 390 d.C. quando foi fechado junto com outros templos por ordem do imperador romano-bizantino Teodósio I que decretou a proibição dos jogos olímpicos e declarou o paganismo como prática ilegal.