O Eremita está numa jornada interior de autoconhecimento e autotransformação. Por ser um caminho pessoal e intransferível, apenas ele pode percorrer seu caminho evolutivo, ninguém pode evoluir por ele. A solidão do Eremita  representa essa jornada interior de autorrevelação.

As paisagens que ele percorre são paisagens interiores: são as imagens de suas memórias, reflexões, insights, ideias, pensamentos e sentimentos. Ele percorre as paragens de sua vida e revê suas ações, suas escolhas e, a partir da reflexão, tenta enxergar honestamente seus pontos cegos.

A solidão dele não significa necessariamente um isolamento exterior, até porque a projeção inconsciente de nossas crenças nos outros serve como um espelho e é um excelente instrumento de autoconhecimento quando nos damos conta disso. O convívio social nos ajuda a crescer. Além disso, o trabalho interior não deve ser feito sozinho, o auxílio de um terapeuta e de um grupo terapêutico é muito importante.

É claro que nos afastarmos dos ruídos e das distrações, das futilidades e das tentações para dedicarmos um tempo ao trabalho interior e desenvolvimento pessoal pode significar um distanciamento da multidão, um recolhimento, um retiro, um silêncio. Mas o aspecto principal é o compromisso pessoal com a jornada espiritual que todos nós precisamos fazer.