Virtude, em latim “virtus” deriva da palavra “vir” que quer dizer homem. A virtude diz respeito a força moral do homem voltada para o auto aprimoramento, para a evolução e para o crescimento pessoal.

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A evolução é uma qualidade da natureza que se apresenta em todos os seres, inclusive no homem, onde esse aprimoramento se eleva acima do instinto, passando a atuar nas esferas moral e espiritual.

As virtudes morais são aquelas que norteiam o homem em direção ao bem, sustentando-o nesta busca, ajudando-o na superação das dificuldades e incrementando o autoconhecimento. A prática das virtudes morais facilita a ação correta e fortalece o bem naquele que as pratica.

No Tarô aparecem as 3 principais virtudes morais: a Justiça, a Força e a Temperança, que juntas com a Prudência, a mãe de todas as virtudes, formam as quatro virtudes cardeais.

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Justiça, Força e Temperança – Gringonneur Tarot

Além das 4 virtudes cardeais, o Catolicismo classifica mais um grupo de virtudes especiais, que teriam sido oferecidas ao homem por Deus – as 3 virtudes teológicas: Fé, Esperança e Caridade, que aparecem no Tarô Visconti-Sforza do século XV:

Caridade, Fé e Esperança – Tarô Visconti-Sforza

Os filósofos do passado acreditavam que as virtudes poderiam ser adquiridas através da repetição dos comportamentos, ou seja pelo hábito. Segundo eles, as virtudes intelectuais, como a Prudência e, a maior delas, a Sabedoria, estão ligadas à inteligência e são adquiridas pelo aprendizado.

Para Aristóteles, a virtude está na justa medida e os vícios se caracterizam pelo excesso ou pela deficiência dessa virtude. Tomando-se por exemplo a virtude da Força, aqueles que fogem por medo, não enfrentando os perigos necessários, se tornam fracos; aqueles que por outro lado, não tem medo e se arriscam, sem necessidade, em situações perigosas se tornam audaciosos. A virtude da Força está no caminho do meio, ou seja, Fortes são aqueles que enfrentam os perigos de forma inteligente, no lugar e na hora adequados e pelo motivo correto.

As virtudes morais representadas no Tarô são a Justiça (8), a Força(11) e a Temperança (14).  A ordem que se apresentam é a mesma ordem de precedência apresentada por Tomás de Aquino.

Estátua da Justiça em Frankfurt

A Justiça rege a convivência social, através do respeito ao direito comum e pela determinação do que pertence a cada um. Jesus exemplificou um ato de Justiça ao dizer: “Dai a César o que é de César e dai a Deus o que é de Deus.”

A Força é a virtude necessária para enfrentar os perigos que apresentam risco de morte, é a firmeza diante do medo da morte e a disposição de dar a vida por uma causa nobre, se preciso for. O forte enfrenta as adversidades e sustenta a sua posição.

A Temperança, chamada ”a salvadora da prudência”, é a virtude que equilibra os comportamentos de falta ou excesso relacionadas à concupiscência. A Temperança modera a falta ou o excesso de cobiça por bens materiais e por prazeres do corpo referentes ao comer, ao beber e ao sexo.

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Das 4 virtudes cardeais (Justiça, Força, Temperança e Prudência) apenas a Prudência não aparece, no Tarô, como um arcano. Gebelin, em seu livro Monde Primitif de 1781, inverteu a posição do arcano 12 (o Enforcado) e disse tratar-se da Prudência.

A virtude da Prudência costuma ser representada como uma mulher com um espelho e uma serpente ou como uma jovem com um rosto de ancião na parte posterior da cabeça.       

        A PRUDÊNCIA – Catedral de Nantes – França